Conferência de imprensa no Porto
Freeport: Sócrates diz que reunião se realizou unicamente a pedido da Câmara de Alcochete
24.01.2009 - 12h24 PÚBLICO
O primeiro-ministro José Sócrates disse hoje na Alfândega do Porto que a reunião que manteve com os promotores da Freeport aconteceu unicamente a pedido da autarquia de Alcochete e que a sua intervenção no caso se limitou à participação nessa reunião.
"Essa reunião aconteceu e foi a única que participei por insistência e por pedido da Câmara Municipal de Alcochete", disse Sócrates, porque a autarquia considerava o projecto importante para o concelho.
"O objecto da reunião foi apenas a apresentação das exigências ambientais que tinham levado ao chumbo do projecto", acrescentou na conferência de imprensa. Na reunião "foram discutidas as posições do Ministério do Ambiente, as razões que levaram o Ministério a chumbar o projecto e as exigências ambientais para que o projecto viesse a ter viabilidade", precisou.
O primeiro-ministro disse também que nunca participou em qualquer outra reunião com os promotores do Freeport. "Não conheço nem conheci pessoalmente nenhum dos dirigentes do Freeport", garantiu Sócrates.
O primeiro-ministro salientou que não se pode responsabilizar pelos actos da família. "Tenho afecto e estima pelo meu tio. Mas tenho de dizer com clareza que não tenho nada a ver com as suas actividades empresariais" nem com as dos seus filhos. "Cada um assume as suas responsabilidades". No entanto, admitiu que o tio lhe tenha pedido para receber os promotores, mas diz não ter memória dessa conversa porque aconteceu há já alguns anos.
Sobre o email alegadamente enviado pelo primo, Nuno Carvalho Monteiro, aos promotores do Freeport, pedindo-lhes contrapartidas pelo desbloqueamento do licenciamento, José Sócrates considerou que, a existir tal documento, ele revela um "abuso de confiança ilegítimo e inadmissível". "Se existe, como dizem que existe – eu não conheço – um email de um filho do meu tio para o Freeport reclamando uma qualquer vantagem para si invocando o meu nome, considero isso um abuso de confiança. E considero que essa invocação é completamente ilegítima e inadmissível", afirmou.