LUA

sexta-feira, 29 de maio de 2009

BPN: CDS acusa Constâncio e CGD de esconder documentos


Comissão de inquérito «já foi mais longe e mais fundo do que muitos previam» O CDS-PP acusa o Banco de Portugal (BdP) e a Caixa Geral de Depósitos (CGD) tentarem «evitar o acesso aos documentos, mesmo os mais elementares, necessários à avaliação» que o Parlamento está a fazer do regulador no caso BPN.

«É inaceitável que o regulador que está a ser avaliado pelo Parlamento, que há semanas decidiu a nacionalização de um banco, tente agora evitar o acesso aos documentos necessários a essa avaliação», disse o deputado centrista Nuno Melo numa declaração política no Parlamento. «O mesmo se diga da Caixa, e portanto, do Governo. Porque quem financia a Caixa é o Governo, são os depositantes e é o contribuinte».

«Toda a administração conhecia o Insular

Num balanço da actividade da comissão de inquérito, que está a avaliar a actuação do BdP no caso do Banco Português de Negócios (BPN), e que foi requerida pelo seu partido, o mesmo considerou que a mesma «foi já muito mais longe e mais fundo do que muitos previam».

Nuno Melo lembrou que o buraco financeiro do banco vai já nos 1.800 milhões de euros, valor que acabará por sobrecarregar os contribuintes. «A dívida de hoje são os impostos de amanhã», disse, acusando a supervisão de ter «falhado estrondosamente». «É que 1.800 milhões de euros são mais do que 1% do Produto Interno Bruto (PIB)», lembrou.

Contradições detectadas têm de ser esclarecidas

«Foram cometidos crimes gravíssimos e fraudes inaceitáveis», considerou. No seu discurso, Nuno Melo sublinhou as contradições que têm sido detectadas nas declarações das várias pessoas ouvidas pela comissão, concluindo que a administração do BPN e da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que era dona do banco, sabia há muito da existência do Banco Insular e da natureza da sua actividade. «Há contradições sérias e inescapáveis, que terão de ser esclarecidas», afirmou.

«Tornou-se claro que os órgãos superiores do BPN conheciam amplamente a actividade do Banco Insular e dos veículos utilizados ilicitamente», afirmou, acrescentando que «percebe-se também agora que, afinal, o que ao nível da gestão do BPN acontecia, era da responsabilidade do Dr. Oliveira e Costa mas não era apenas do seu conhecimento e responsabilidade