LUA

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Mais de oito mil enfermeiros concentrados frente ao Ministério da Saúde

Muitos jovens enfermeiros, vestidos de branco, empunham bandeiras e cartazes onde exigem "respeito" e o salário a que têm "direito".

Os manifestantes entoaram, em uníssono, uma canção dirigida ao ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, intitulada "Fado Toninho".

"De peito feito para os enfermeiros, arregaça as mangas e põe-se a jeito. Anda lá ó meu cobardolas, vem cá mano a mano que a isso do eu faço e posso, eu mando? Ó meu rapazinho, ai, eu digo assim: se não me seguram dou cabo de ti", cantaram, numa versão adaptada de um fado do grupo musical Deolinda.

Os manifestantes revelaram ter ainda uma outra música reservada para a ministra da Saúde, Ana Jorge, com o título "Sem eira nem beira", numa adaptação dos Xutos e Pontapés.

"Senhora ministra dê-me um pouco de atenção, há dez anos enfermeiro, não subo nem um escalão. Ao humilhar-nos desta forma, a nossa vingança é tal que eu só quero apanhá-la na cama do hospital", diz o refrão.

De acordo com os cálculos, mais de oito mil enfermeiros encontram-se já em frente ao Ministério da Saúde, na Avenida João Crisóstomo, em Lisboa, sob o olhar atento da Polícia, mas o dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, José Carlos Martins, disse à agência Lusa que são esperados cerca de 15 mil profissionais.

"Depois de uma greve de três dias com elevadíssimos níveis de adesão, estamos aqui para manifestar a nossa revolta e indignação", declarou à Lusa José Carlos Martins.

Intercaladas com as músicas, os manifestantes entoam palavras de ordem, num tom ensurdecedor, como "ministra escuta, os enfermeiros estão em luta", sob um mar de bandeiras vermelhas, brancas e azuis, com a inscrição do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.

Depois da concentração, a manifestação dos enfermeiros segue depois em marcha até ao Ministério das Finanças, no Terreiro do Paço.