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sexta-feira, 14 de maio de 2010
BCP e ex-gestores multados em 9,4 milhões
BCP e ex-gestores multados em 9,4 milhões
Banco de Portugal condenou o banco, seis administradores e um director. Jardim Gonçalves fica inibido nove anos
OBanco Comercial Português (BCP), seis ex-administradores e um director foram condenados a pagar coimas totais de 9,4 milhões de euros e com inibições de exercício de funções no sector financeiro que vão até nove anos. Jardim Gonçalves, ex-presidente e fundador do banco, foi notificado com a condenação mais pesada em termos individuais: um milhão de euros de coima e inibição durante nove anos, por nove infracções. O banco foi condenando com uma coima de cinco milhões de euros.
Em causa está a utilização irregular de sociedades offshores e a sua ocultação da autoridade de supervisão.
As notificações foram enviadas no final da tarde de quarta-feira, tendo a maioria dos ex-gestores já anunciado que vai recorrer da sentença. O BCP está a estudar se avançará ou não com o recurso.
Ontem, Jardim Gonçalves anunciava que iria recorrer, não se mostrando surpreendido com a decisão. Dizendo que os discursos "acusatórios" do governador, do ministro das Finan- ças e do presidente da CMVM já indiciavam estas condenações, Jardim refere que "o BCP deu um grande contributo a todo o sistema financeiro, que o Banco de Portugal não acompanha".
Dos dez acusados inicialmente, o Banco de Portugal ilibou dois: Paulo Teixeira Pinto, ex-presidente, e Filipe Abecassis, director-geral.
Além de Jardim Gonçalves, foram ainda condenados com a inibição de nove anos Christopher de Beck, ex-vice-presidente do BCP, que foi notificado a pagar uma coima de 750 mil euros. Também António Rodrigues, que à data dos acontecimentos (2007) era administrador financeiro do banco, viu ser-lhe aplicada uma inibição de nove anos e uma coima de 875 mil euros. Cada um destes ex-gestores incorreram igualmente em nove infracções.Filipe Pinhal, o anterior presidente do BCP, foi contemplado com inibição durante sete anos e 425 mil euros de coima, por seis infracções.
Luís Gomes, director do banco, foi condenado a cinco anos de inibição e uma coima de 650 mil euros, seguindo-se-lhe Alípio Dias, com quatro anos e 540 mil euros, e Castro Henriques, com quatro anos e 230 mil euros.