Mais do que a apresentação do relatório, as atenções em torno da reunião de hoje da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao negócio PT/TVI estão centradas em Pacheco Pereira. O deputado social-democrata ameaçou na quarta-feira que, caso não haja hoje uma decisão sobre a divulgação do despacho e da carta do procuradorues Vidal, tomará ele próprio a iniciativa de divulgar os documentos.
Decisão que, de acordo com as indicações do presidente da comissão, Mota Amaral - que decidiu proibir a utilização das escutas nos trabalhos da comissão por considerar que viola a Constituição -, pode ser vista como uma violação do dever de sigilo em relação aos trabalhos. Segundo o DN apurou, entre os membros da comissão há quem defenda que, caso a ameaça de Pacheco Pereira se concretize, os deputados podem vir a apresentar queixa ao Ministério Público por violação do dever de sigilo.
Recorde-se que Pacheco Pereira já declarou, em anteriores reuniões da comissão, que os resumos das 173 escutas do processo "Face Oculta" que a Comarca do Baixo Vouga enviou para o Parlamento "contêm uma descrição detalhada de um negócio conduzido politicamente com o objectivo de mudar a linha editorial da TVI".