LUA

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Tribunal do Baixo Vouga desconhece destruição


Pinto Monteiro mandou destruir as últimas referências que existiam sobre as escutas telefónicas a José Sócrates realizadas no processo Face Oculta. Antes da destruição, o procurador-geral da República alterou os seus despachos originais, copiando o seu conteúdo para novos despachos, mas sem as referências às conversas entre Sócrates e Armando Vara interceptadas pela Polícia Judiciária. Em resposta ao SOL, Pinto Monteiro diz que comunicou a destruição ao juiz de instrução criminal do processo Face Oculta. Mas Paulo Brandão, presidente do Tribunal do Baixo-Vouga, assegurou que o juiz Costa Gomes desconhece qualquer comunicação do procurador-geral da República.

Além de não ter enviado os seus despachos para Aveiro, Pinto Monteiro decidiu também alterar os seus despachos originais que, no entendimento, do juiz Costa Gomes pertenciam ao processo de Aveiro. «Antes dessa destruição, os despachos originais foram reproduzidos, mas sem as referências às mencionadas escutas», confirmou o procurador-geral ao SOL. Ou seja, o procurador-geral copiou o conteúdo, sem as referências às escutas de Sócrates, para novos despachos que ficaram na Procuradoria-Geral da República.

A terminar a resposta escrita enviada para o SOL, Pinto Monteiro diz ainda que os «factos» relacionados com a destruição das escutas «já» foram «comunicados ao Juiz de Instrução da Comarca do Baixo Vouga».