LUA

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Vara acusado de ser parte de máquina de fazer dinheiro

O antigo ministro do Governo PS Armando Vara é acusado pelo Ministério Público de, a troco de 25 mil euros em notas e prendas de luxo no Natal, ter aceite fazer parte de uma máquina de fazer dinheiro à custa do Estado, montada pelo sucateiro Manuel Godinho.

De acordo com a acusação, a que o JN teve acesso, o suposto papel do ex-administrador do Millenniumbcp assentaria - a par, em especial, de Fernando Lopes Barreira, consultor e ex-membro da Fundação para a Prevenção e Segurança Rodoviária, no Governo de António Guterres - em exercer influências junto do ministro das Obras Públicas, Mário Lino.

em troca dos favores a Godinho, Armando Vara terá recebido 25 mil euros baseia--se em dados circunstanciais que se iniciam com uma conversa telefónica, a 28 de Maio do ano passado, em que o empresário pergunta ao então administrador do BCP se já queria "25 quilómetros". Prossegue a 20 de Junho do ano passado, dia em que Armando Vara e Lopes Barreira almoçaram em casa de Godinho, em Ovar, e o empresário pediu, horas antes, à sua secretária que lhe arranjasse 50 mil euros em dinheiro vivo. Seriam 25 mil euros para cada um - é o que a acusação dá como adquirido.

Por causa destes factos qualificados como crimes de tráfico de influências e também pela detecção de uma lista de prendas de Natal, entre 2004 e 2007, em que Vara é classificado como personalidade "AAA" (a segunda mais importante), o MP exige que sejam declarados perdidos a favor do Estado os tais 25 mil euros e também, no caso de Vara, um "estojo decantador", uma caneta "Mont Blanc" e um relógio no valor de 1500 euros.

Em termos de montantes, o ex--ministro do PS é dos casos menos expressivos. Mais avultadas são as verbas recebidas, supostamente de forma ilícita, pelo advogado Paulo Penedos, filho do presidente da REN, José Penedos: quase meio milhão de euros.