Essa Lei destinou-se a moralizar aquilo que hoje é um autêntico ‘regabofe’ após o 25 de Abril de 1974, pois a classe politica do regime dito “democrático” do país actual é mais priveligiada (muito mais) do que a anterior e criou inúmeros cargos ministeriais e gestores públicos que recebem prémios e bónus escandalosos, além de seus salários chorudos, que são um autêntico escândalo e provocação para o povo português que está a braços com uma enorme crise económica e cujos sacrifícios servem apenas para encher os bolsos dos que sempre dominaram pelo poder do dinheiro.
De resto, alguém escreveu a este respeito o seguinte:
“Ao lermos a legislação (portuguesa), dá a impressão que se mudou, não de país, mas de planeta, porque isto era no tempo do “fascismo” (Lei 2105) ou do “comunismo” (Dec. Lei 446/74). Agora, é tudo muito melhor, sobretudo para os reis da fartazana que são os gestores do Estado dos nossos dias. Não admira, porque mudando-se os tempos, mudam-se as vontades, e onde o sector do Estado pesava 17% do PIB no auge da guerra colonial, com todas as suas brutais despesas, pesa agora 50%. E, como todos sabemos, é preciso gente muito competente e soberanamente bem paga para gerir os nossos dinheiros. Tão bem paga é essa gente que o homem que preside aos destinos da TAP, Fernando Pinto, é o campeão dos salários de empresas públicas em Portugal (se fosse no Brasil, de onde veio, o problema não era nosso) pois ganha a monstruosidade de 420.000 €/mês, um ”pouco” mais que Henrique Granadeiro, o presidente da PT, o qual aufere a módica quantia de 365.000 €/mês”. Aliás, estes dois são apenas o topo de uma imensa corte de gente que come e dorme à sombra do Orçamento (agora aprovado) e do sacrifício dos contribuintes, como se pode ver pela lista divulgada recentemente por um jornal semanário, onde vêm nomes sonantes da nossa praça, dignos representantes do despautério e da pouca vergonha a que chegou a vida pública portuguesa”.
Enfim talvez devessemos todos assinar uma petição para ressuscitar a velhinha Lei 2105 de 1960, assinada por António Oliveira Salazar, aquele que governou o país 40 anos e morreu pobre!...