LUA

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O português ausente


Uma sondagem do ‘Público’ dá um retrato miserável de uma nação que não percebe que é muito responsável pela situação que vive.

O português não confia, não se interessa e muito menos se manifesta, a não ser que lhe tenham ido ao bolso! E, mesmo aqui, a tomada de iniciativa é quase nula como em quase tudo. Diz que deve ser o Estado a desenvolver a economia e a competitividade. Supõe-se que através do habitual subsídio, porque correr riscos em negócios, nem pensar (54%)! As questões que atravessam a sociedade não o mobilizam.

O português vai à rua festejar futebol e fica calado perante a crise na justiça em que não confia (70%), os milhões gastos com institutos e comissões que albergam boys e servem os mais sinuosos objectivos, corrupção, escândalos, silêncios e mentiras ao mais alto nível...Mas diz não acreditar nos políticos (94%)! Esquece-se que eles são o que os deixam ser, pelo seu silêncio ou submissão. O português confia no voto (64%) para eleger aqueles em quem depois não confia, mas vota cada vez menos porque não confia nos políticos que elegeu. No intervalo, nos longos 4 ou 5 anos, entre eleições, fica quieto e mudo à espera de um milagre...porque em milagres o português acredita!