Nunca a diferença entre os resultados anunciados no dia das eleições e os do apuramento final foi tão grande: nestas presidenciais desapareceram 60 mil votos.Portalegre foi o único distrito onde não houve discrepâncias entre os resultados eleitorais divulgados na noite das presidenciais e os dados oficiais publicados esta semana em Diário da República (DR). As diferenças também foram insignificantes nos Açores, onde apareceu mais um inscrito, e em Évora onde desapareceram dois
«É normal haver discrepâncias», admite Nuno Godinho de Matos, porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE). O que é inédito é a dimensão dos erros detectados. «Em quase todas as eleições, há erros na ordem dos cinco ou seis mil votos. Desta vez, estamos a falar de menos 100 mil inscritos e de 60 mil votos que não são contabilizados no mapa final».
É que, além das diferenças entre a contagem dos votos na noite eleitoral e os que constam do mapa oficial publicado, também o número de votantes inscritos que tinha sido divulgado não coincide com o que consta na acta final de apuramento eleitoral.
Jorge Miguéis, director-geral da Administração Eleitoral, diz que «a falha deve ter existido ao nível da contagem intermédia, nas comissões de apuramento parcial, onde basta que se esqueça uma acta para não serem contabilizados milhares de votos».
