Os 100 milhões de dólares (cerca de 80 milhões de euros), resultaram, segundo a herdeira, da venda de três empresas do ramo do fabrico de vidro e de chapa de vidro, que eram o núcleo dos negócios de Lúcio Thomé Feteira, juntamente com o imobiliário.
As vendas aconteceram na década de 60 do século passado, altura em que o magnata decidiu desfazer-se de grande parte das suas empresas – várias dezenas, espalhadas por vários pontos da Europa, África e América do Sul. “Três dessas empresas foram compradas pela multinacional francesa Saint-Gobain e pelos americanos da Pittsburg Plate Glass”, disse, ao JN, Olímpia Feteira. A duas empresas são ainda hoje gigantes mundiais da indústria de fabrico de materiais para construção civil.
Segundo a mesma fonte, o dinheiro estará em contas de vários bancos nos Estados Unidos da América, sobretudo no Chase Manhattan Bank, e faz parte do património que os herdeiros de Lúcio Thomé querem ver restituído à herança, por temerem que tenha sido também transferido por Rosalina Ribeiro após a morte de Lúcio Thomé Feteira, com 98 anos, no ano 2000, na casa de Lisboa onde vivia com Rosalina.
Na sequência de uma queixa crime apresentada por Olímpia Feteira e por outros herdeiros, existe já a certeza de que Rosalina Ribeiro transferiu, em 2001, dezenas de milhões de euros de uma conta na Union de Banques Suisses, na Suíça, para uma conta sua, também na Suíça. Cerca de seis milhões de euros foram depois transferidos, em várias tranches, para uma conta titulada por Duarte Lima. As movimentações foram confirmadas pelo próprio banco, numa resposta a cartas rogatórias enviadas pela Justiça portuguesa.