LUA

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Mortes das mulheres registadas em diários

José Guedes escreveu pelo menos quatro diários, em que ia relatando o seu plano para acabar com as prostitutas. Chegou mesmo a entregar um deles à jornalista do SOL: está devidamente datado e tem pormenores que só podem ter sido escritos por quem os viveu
José Guedes – o presumível estripador de Lisboa, que na sequência de uma investigação do SOL foi detido há duas semanas pela Polícia Judiciária de Aveiro, por suspeita de homicídio – descreveu em quatro diários os assassínios que terá praticado.

Num desses manuscritos, que entregou ao SOL antes da sua detenção, narra a forma como terá morto cinco mulheres e o seu desejo de continuar uma saga sangrenta iniciada no início da década de 90 do século passado. Quando foi ouvido pelos investigadores de Aveiro, onde terá cometido o único desses assassínios que se sabe não estar ainda prescrito, Guedes admitiu ter redigido ao longo do tempo vários diários.

SOLTV - Entrevista Estripador de Lisboa

SOLTV - Entrevista Estripador de Lisboa

José Guedes em entrevista ao Semanário Sol fala sobre a descoberta dos diários tanto pela sua mulher como, mais tarde, pelo filho Joel.
Na sequência da publicação da investigação do SOL, Joel Guedes – o seu filho mais novo, que denunciou o caso – acabou por negar o que disse à própria Polícia Judiciária: numa entrevista a uma televisão, sustentou que o pai teria escrito o diário recentemente, enquanto via um jogo de futebol.

Joel foi, porém, influenciado pela mãe, Maria da Nazaré, que tem conhecimento dos diários desde 1997 mas sempre protegeu o marido. No dia a seguir à prisão deste, foi Maria da Nazaré quem apresentou ao SOL a versão depois divulgada pelo filho: «Ele esteve a escrever aquilo há dias para lhe entregar».

Com o comportamento típico de uma vítima de violência doméstica, a mulher acabou, porém, por assumir que já lera o diário há muitos anos, mas que nunca o levara a sério. No entanto, o SOL apurou que o receio de poder vir a ser a sua próxima vítima levou-a a procurar uma advogada, Carla Amaral. Esta, contactada pelo SOL, escusou-se a prestar declarações por apenas conhecer Maria da Nazaré «no âmbito profissional».

Veja aqui o vídeo.

Veja também este.