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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Perito arrasa juiz por soltar pedófilo

"Houve um total fracasso em termos de supervisão e nas medidas [de coacção] aplicadas. O arguido continuou a contactar menores e obtinha prazer em envolver-se em situações cada vez mais arriscadas. Apenas tomou mais cuidados para não ser apanhado", diz o perito do gabinete de psicologia da Escola da Polícia Judiciária.
De facto, quando foi ouvido pelo juiz após ter violado a menina em Faro, Miguel Forte, de 48 anos e que vivia em Benavente, ficou sujeito a apresentações quinzenais na esquadra. Ficou também proibido de contactar a vítima, mas o juiz não o impediu de usar a internet, meio pelo qual conheceu e marcou o encontro com a menor. O uso constante das redes sociais leva o relatório a inserir o predador – detido em Julho do ano passado pela PJ – no campo dos ‘chatters’: predadores que já fizeram vítimas no passado e que usam a internet para abusar de crianças.
No documento anexo ao processo, o perito diz ainda que o abusador, acusado de 249 crimes sexuais, é uma pessoa manipuladora, com ausência de sentimentos de culpa e com traços de psicopata. No final do relatório é ainda lançado um alerta: Miguel Forte tem um elevado risco de voltar a reincidir e a privação da liberdade não será suficiente, uma vez que necessita de tratamento psiquiátrico.