LUA

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Este dura e assim irá durar outros casos ( freeport, BPN)

Novas sessões do julgamento do processo de pedofilia envolvendo alunos da Casa Pia de Lisboa foram marcadas esta terça-feira até Setembro, com o colectivo de juízes a assumir que uma decisão «não irá sair tão cedo».

Na audiência, o juíz Lopes Barata afirmou que uma vez que o colectivo está a analisar «prova produzida durante quatro anos» de julgamento, «ninguém pode esperar que um acórdão saia num mês ou dois», frisando que «não será tão cedo», informa a agência Lusa.

A juíza presidente, Ana Peres, marcou sessões para 1 e 24 de Junho, 20 de Julho, 10 de Agosto e 7 de Setembro, referindo que «parece materialmente impossível» que o acórdão esteja terminado antes das férias judiciais, mas que «consoante o trabalho que se for fazendo», as datas serão utilizadas para produção de prova e um dos dias para «alegações complementares e últimas declarações» dos arguidos que desejarem ainda falar.

«Nunca antes das eleições»

À saída da audiência, o advogado José Maria Martins, que representa o principal arguido, o ex-motorista da Casa Pia Carlos Silvino, declarou aos jornalistas que os advogados «não fazem a mínima ideia» de quando será proferida a decisão, defendendo que «não será antes das eleições» que haverá sentença deste «processo eminentemente político». «Se houver condenação, a leitura política seria uma, se houvesse absolvição seria outra», disse.

Por seu turno, o advogado António Serra Lopes, que representa o apresentador de televisão Carlos Cruz, disse à saída do Tribunal de Monsanto, Lisboa, que «tudo é imprevisível, absurdo e fora das regras» neste processo que dura há mais de quatro anos.

Na sessão de hoje, a defesa de Carlos Silvino requereu novamente o contraditório ao arguido Hugo Marçal sobre o pedido que o também ex-advogado do principal arguido terá feito à Ordem dos Advogados para que fosse suspenso o seu dever de sigilo profissional.

A defesa de Carlos Silvino alega que o pedido foi feito porque Hugo Marçal queria incriminar outros arguidos, o que este já negou, afirmando que quando era advogado de Silvino este nunca lhe falou de abusos sexuais por eles cometidos.

A audiência de hoje serviu assim para o tribunal ver reportagens exibidas pela TVI com entrevistas a alguns dos jovens casapianos que afirmam ter sido abusados pelos arguidos do processo.