Este blog destina-se a recolher e publicar notícias da nossa banca de jornais. O objectivo é divulgar os escândalos do nosso país e também do resto do mundo.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
A Paula que tramou Isaltino
Há duas Paulas na vida de Isaltino Morais que tramaram o presidente da Câmara Municipal de Oeiras. Uma, Paula Nunes, foi a testemunha- chave no julgamento que anteontem terminou – no qual foi condenado a sete anos de prisão efectiva –, e foi durante anos sua secretária e chefe de gabinete.
A outra, Paula Albuquerque, foi a juíza da comarca de Oeiras que presidiu ao colectivo de magistradas que aplicou a pesada sentença ao ainda presidente e candidato à Câmara de Oeiras. Paula Nunes nasceu em 1967 e começou desde cedo a trabalhar na Câmara liderada por Isaltino.
Em 1986, com 19 anos, foi fazer um trabalho temporário na autarquia, ao abrigo do então programa de ocupação de tempos livres, "por um período de seis ou nove meses", como revelou em Abril à revista "Sábado", na única entrevista concedida à comunicação social durante o processo.
Estávamos no primeiro mandato de IsaltinoMorais –mas Paula Nunes acabou por ficar a trabalhar na autarquia.
Quatro anos depois, a jovem entrou para o gabinete de apoio à presidência da câmara, para trabalhar com a então secretária do presidente, Maria Madalena Castro, hoje vereadora eleita na lista do movimento "Isaltino – Oeiras Mais à Frente". Madalena Castro saiu para coordenar as relações públicas do Taguspark e em 1994, conta Paula Nunes, foi convidada pelo autarca para sua secretária.
Nas folgas ou nas férias de Madalena, já era Paula quem a substituía.
A secretária de Isaltino acabou por ficar como sua chefe de gabinete, apesar de Madalena Castro manter no seu curriculum vitae, disponível no site da autarquia, que foi ela a chefe de gabinete do presidente da Câmara de Oeiras de 1993 a 2005 (incluindo portanto a presidência de Teresa Zambujo, quando Isaltino foiministro no Governo de Durão Barroso). Isaltino Morais queria que Paula Nunes o acompanhasse no Ministério das Cidades, em Abril de 2002.
Mas não como chefe de gabinete, apenas como adjunta. É a própria que reconhece, na entrevista à "Sábado", que "serchefe de gabinete de ministro é diferente" de o ser na autarquia. Depois de uma semana em que o então ministro não lhe atribuía funções – "agora ficas aí e não fazes nada", disse-lhe Isaltino –Paula fartou-se e pediu a demissão.
O pedido de casamento Indignada por, "de repente", ser posta de lado e passar a ser "a gaja do Isaltino Morais", com quem ele teria tido um caso, Paula Nunes denunciou as contas bancárias na Suíça ao jornal "O Independente".
O consulado ministerial daquele que tinha sido o autarca modelo do PSD era interrompido de forma abrupta um ano depois de tomar posse, em Abril de 2003.