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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Manuel Abrantes deu «proteção» Bibi

Os juízes do processo Casa Pia concluíram que o ex-provedor adjunto Manuel Abrantes protegeu o ex-motorista da instituição Carlos Silvino, que teve liberdade e impunidade para praticar abusos sexuais com menores casapianos, informa a Lusa.

No acórdão final, o colectivo considerou que existiu uma relação «diferente» entre os dois arguidos, ambos condenados por abuso sexual de menores, que levou a concluir que houve «uma situação de protecção» do ex-provedor ao seu funcionário.

Baseando-se nos relatos de várias testemunhas que trabalharam na Casa Pia, os juízes entenderam que, «objectivamente, havia uma especial relação entre o arguido Carlos Silvino e o arguido Manuel Abrantes e vice-versa», culminando numa «atitude de protecção» do ex-provedor em relação ao ex-motorista, que «tinha atitudes que demonstravam ascendente e poder face aos demais funcionários».

Além disso, os relatos das testemunhas indicam que, apesar da diferença de estatuto entre os dois, Carlos Silvino tratava às vezes Manuel Abrantes «com arrogância e desrespeito, pondo em causa publicamente a sua autoridade» sem recear «sanção ou recriminação».

Por seu lado, Carlos Silvino pôde «movimentar-se no interior da Casa Pia de Lisboa como quis», destacam os juízes. Manuel Abrantes demonstrou «tolerância» para com Carlos Silvino e permitiu-lhe «dispor, sem preocupação, do tempo durante o período de serviço ou dos veículos da Casa Pia» para abusar ou permitir que outros arguidos abusassem de alunos.