O caso foi descoberto no âmbito da investigação da Operação Furacão, não constituindo ainda um inquérito autónomo. O SOL sabe, no entanto, que António Mota - chamado a prestar declarações sobre várias matérias relacionadas com o esquema de falsificação de documentos detectado no Furacão - foi ouvido como arguido pela equipa liderada pelo procurador Rosário Teixeira, por indícios dos crimes de corrupção activa, fraude fiscal agravada, branqueamento de capitais e abuso de confiança.
Segundo soube o SOL, a investigação à SCUT do Grande Porto teve início em 2005, quando, nas buscas efectuadas a alguns bancos no âmbito da Operação Furacão, os investigadores descobriram facturas falsas emitidas a sociedades offshore pela Lusoscut - o consórcio de empresas liderado pela Mota-Engil, a quem foi adjudicada a SCUT do Grande Porto.
Buscas realizadas posteriormente às empresas do grupo liderado por António Mota e dos seus parceiros no consórcio permitiram a apreensão de nova documentação, indiciando agora a existência de pagamentos de luvas num total de seis milhões de euros a quatro decisores políticos, que directa ou indirectamente estiveram relacionados com o concurso daquela SCUT.