
Ao que o jovem adiantou numa longa conversa, “ o Renato contou-me que tinha de ter relações sexuais com o Carlos Castro para ele o colocar no centro da fama”. E adiantou, “o Renato não conseguia ter relações de luz acesa, pois para ele o importante era despachar a situação, já que Carlos Castro lhe oferecia boas roupas e a promessa de que o levaria longe na fama, mas garante que nunca lhe pediu nada”.
O amigo acredita que Renato Seabra “estava muito deslumbrado e iludido com a vida que o cronista lhe dava. O Renato nunca tinha saído de Portugal e pouco mais conhecia do que Cantanhede e Coimbra. Para ele ir de viagem a Madrid e a Londres foi uma verdadeira loucura”.
Relativamente ao que poderia ter motivado o assassinato do jornalista, o amigo apresentou a sua opinião, esclarecendo que conhecia apenas pormenores de Londres e Madrid, não podendo fazer mais do que uma análise pessoal do sucedido em Nova Iorque assim, “eu penso que o Renato estava sobre pressão, pois o Carlos Castro era muito possessivo e queria as coisas à maneira dele.
Eles dormiam em camas separadas, mas tinham relações, claro que tinham, podiam não ter com a mesma regularidade que um casal em que os dois se amam, mas tinham nem que fosse uma vez por semana. O Carlos Castro estava muito apaixonado pelo Renato e teve muitos ciúmes do jovem ter dado o telefone a uma rapariga. Ele contou-me isso.
Em Nova Iorque, provavelmente o Renato disse ao Carlos Castro que se queria ir embora e regressar a Portugal e o jornalista ter-lhe-á cobrado o que lhe deu durante aquele tempo, pois o manequim recebia presentes caros e a possibilidade de estar em momentos sociais deslumbrantes”.
O amigo do manequim de 21 anos passou uma imagem de que, “o Renato deve-se ter passado com alguma coisa que ouviu e deve ter temido o facto de ter de assumir à mãe a sua relação com o cronista para poder ser famoso, uma das situações que omitiu sempre, mas a mãe já estava desconfiada e até chamou à atenção do cronista”, adiantou o amigo.
Na mesma entrevista realizada pela TVI, percebeu-se que este amigo era o confidente de Renato e era quem sabia tudo o que passava na relação do manequim com o jornalista, sabendo apontar alguns pontos da sua intimidade como por exemplo a regularidade das relações, a dificuldade que Renato teria em fazer “essa situação para manter o estatuto” e conhecia muito bem a importância das viagens para o amigo que se encantou com a novidade das grandes capitais da moda.
Ao mesmo tempo, o amigo concordou que era Carlos Castro quem apresentava o Renato como seu namorado e nunca ao contrário, muito embora essa situação não revelasse a “inocência” do manequim que acaba por concordar com a situação que lhe foi proporcionada.
Apesar destas revelações, a realidade é que há uma vítima a lamentar que é Carlos Castro que, se é verdade que iludiu o jovem de 21 anos, também o é que foi enganado por um jovem que se mostrou interessado nele e no amor que tinha para lhe devolver.
Estes relatos não evitam de forma alguma que Renato tenha de ser condenado por um crime brutal, por uma mutilação e por uma enorme coragem para esconder o corpo banhado em sangue num quarto de hotel.
Renato Seabra deixou Carlos Castro morto no quarto cerca de quatro horas e foram duas amigas que deram pela falta do cronista e que lhe foram prestar socorro, já que o manequim tinha saído, depois do crime e de um banho. No próximo dia 1 de Fevereiro, o mundo conhecerá o desfecho, ou pelo menos, mais pormenores deste crime que ainda coloca o mundo em conflito e desilusão.
Recorde-se que um amigo de Carlos Castro já tinha adiantado que o manequim mantinha uma vida dupla com o cronista e que não aguentou a pressão depois de ter vivido alguns momentos e de estar de certa forma a deixar seguir a relação com o cronista.
Ao mesmo tempo, era sabido que Carlos Castro era homossexual assumido e que dificilmente Renato Seabra estaria nesta situação sem o saber, muito embora a família, sobretudo a mãe revelasse sempre um desconhecimento dessa situação, já que foi uma das condições que colocou ao jornalista, o respeito da sexualidade do filho, o que não aconteceu já que Carlos Castro estava apaixonado por Renato e este acabou por lhe alimentar as expectativas, mesmo que, como se diz, contrariado.