
O dois ex-executivos da Ferrostaal e a própria empresa julgados por suborno de funcionário públicos estrangeiros na venda de submarinos a Portugal e à Grécia aceitaram a proposta de conciliação do tribunal, foi hoje anunciado. Ao fazê-lo, admitiram pagar subornos à Grécia e a Portugal, neste caso na pessoa do ex-cônsul honorário em Munique, Jürgen Adolff.
O ex-administrador da Ferrostaal Johann-Friedrich Haun e o ex-procurador Hans-Peter Muehlenbeck terão assim de pagar uma coima de 36 mil euros e 18 mil, respetivamente, e serão condenados a uma pena suspensa que não excederá dois anos, como propôs o juiz do processo, Joachim Eckert, na abertura do julgamento, esta manhã, na capital da Baviera.
Quanto à Ferrostaal, arguida no mesmo processo por crime de obtenção de vantagem económica através dos seus dois funcionários, terá de pagar uma coima de 140 milhões de euros, até 2014, em três prestações.
Tanto Haun como Muehlenbeck admitiram, no decorrer da primeira audiência do julgamento, que pagaram subornos na Grécia e em Portugal para conseguir que ambos os países se decidissem pela compra de submarinos ao German Submarine Consortium (GSC), que além da Ferrostaal integrava os estaleiros Howaldswerke, de Kiel, e a metalúrgica Thyssenkrupp, de Essen.
Entre os beneficiários dos 62 milhões de euros pagos em 'luvas' esteve o ex-ministro da Defesa grego Akis Tsochatzpoulos, de acordo com a queixa-crime do ministério público ce Munique.
No que se refere a Portugal, a acusação apenas refere no mesmo documento que Haun e Muehlenbeck subornaram o ex-cônsul honorário em Munique, Jürgen Adolff, pagando-lhe 1,6 milhões de euros, através de um contrato de consultoria, para que o diplomata lhes arranjasse contactos com o governo português.