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Nunca pensou ser descoberto. Durante duas décadas, antes de fugir de Portugal, sempre conseguiu ludibriar a Justiça.
No seu cadastro constam crimes desde 1954: vadiagem, burla e ainda roubo numa ourivesaria. Mas a acusação mais grave surgiu em 1974, quando entrou no universo infantil para sujar os sonhos rosa próprios dessa fase da vida: foi acusado de crime continuado de violação de uma menina de sete anos e de atentado ao pudor de outra, com apenas cinco. Mudou de terra, pulou de morada em morada para que não conseguissem notificá-lo. O processo, em Odemira, acabaria por ser arquivado no final dos anos 90, sem que ele fosse julgado.
Em 2003, no seguimento do escândalo Casa Pia, que fez estremecer o país, dois menores da instituição e o seu motorista, Carlos Silvino, voltaram a apontar-lhe o dedo. Aparecia ligado a Carlos Cruz e era um dos homens que em certas casas, como a de Elvas, abusava dos menores.
Em Fevereiro desse ano, quando o apresentador de televisão foi preso, Mota, que era a sua principal testemunha, disse à comunicação social: «Se ele é pedófilo, eu também sou». Dias depois, a SIC desenterrava o velho processo das duas menores e Cruz, já preso e quando toda a gente pensava que Mota estava fugido, prescindiu dos seus serviços, mas fazendo um acordo amigável que nunca foi declarado às Finanças.
A FUGA
Este senhor pedófilo nunca mais ninguém o viu. Porquê?»