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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Polícia investiga aluguer de viatura

Duarte Lima não se lembra da marca do carro nem da empresa onde o alugou. Polícia não encontra registos

A polícia brasileira já consultou as principais empresas de aluguer de automóveis onde havia probabilidade de Duarte Lima ter requisitado o veículo, utilizado para transportar Rosalina Ribeiro desde a sua residência até Maricá, sem qualquer sucesso. A garantia foi dada, ao DN, por fonte policial do Rio de Janeiro, que adianta ainda que esta diligência surgiu após o advogado português dizer que não se lembrava, no decorrer de uma conversa informal por telefone, da localização desse estabelecimento.

As autoridades sublinham também que mesmo que o aluguer tenha ficado registado em nome da empresa de Duarte Lima ou em outro qualquer nome, isso não foi uma condicionante para a investigação, porque "teve de ficar o registo de quem ia a dirigir o carro", afirmou fonte policial brasileira.

"Duarte Lima apenas diz ter alugado um carro em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, alegando que não se recorda de qual foi a empresa nem a marca do carro em causa." No dia 7 de Dezembro de 2009, foi com esse meio de transporte, supostamente alugado pelo ex-líder parlamentar do PSD, que Rosalina Ribeiro terá sido transportada do Rio de Janeiro - onde residia - para Maricá, dois locais importantes na investigação, separados por 90 quilómetros e "muitas contradições".

Rosalina Ribeiro era companheira e secretária do milionário português Lúcio Tomé Feteira e após a suposta reunião, com Duarte Lima, foi assassinada com dois tiros - um na cabeça e outro no abdómen. Mas apesar de o cadáver ter sido encontrado no dia seguinte, numa estrada em Saquarema (em cima), só foi identificado pelos amigos no dia 19 do mesmo mês.

"Na conversa ao telefone, ele [Duarte Lima] referiu que não se lembra da marca do carro, mas é pronto em reconhecer que Gisele [a mulher misteriosa que as autoridades daquele país já procuram há alguns meses] tinha um Honda cinzento", disse a fonte da polícia carioca, acrescentando que "muitas vezes, ele não respondeu a questões, que nada tinham que ver com o desempenho da sua profissão, alegando o sigilo profissional a que estava submetido".

Agora, as autoridades brasileiras vão querer ouvir o advogado e conselheiro português, por considerarem que há questões que não foram respondidas de forma satisfatória. No entanto, como, no depoimento que Lima prestou por telefone, ele "não tem previsão de se deslocar ao Brasil tão depressa", o mais certo é que o advogado português responda às questões das autoridades através de cartas rogatórias.