LUA

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Risco Toneladas de material perigoso a céu aberto e sem protecção


Diluentes, tintas, solventes e vernizes estão abandonados na Zona Industrial de Oliveirinha, no concelho de Carregal do Sal. Ambientalistas e bombeiros alertam para perigos para a saúde pública e para degradação do solo

São toneladas de resíduos perigosos, inflamáveis e corrosivos, acumulados nas traseiras de uma fábrica e que estão ao abandono em Carregal do Sal desde Setembro de 2008.

Numa área inferior a um hectare juntam-se matérias perigosas, rotuladas como tal, e ao alcance de quem passa nas imediações. Muitos dos materiais, que estão classificados como matérias perigosas pelos bombeiros e que deviam obedecer a condições específicas de armazenamento, estão a escorrer para cursos de água, campos agrícolas e vinhas. Diluentes, tintas, solventes e vernizes estão abandonados na Zona Industrial de Oliveirinha, no concelho de Carregal do Sal. Muitos destes materiais têm sido alvo da curiosidade das crianças, que ali brincam, outros vão sendo roubados. Os ambientalistas alertam para a degradação dos solos que podem mesmo "ficar inutilizados"

As traseiras da fábrica BASMOLD, que entretanto abriu falência e está sob administração judicial (ver caixa), estão ocupadas por várias toneladas de resíduos perigosos. Diluentes, tintas, solventes industriais, vernizes e outros produtos, artigos que os bombeiros classificam como matérias perigosas e que ostentam nos rótulos essa perigosidade (ver caixa), estão desde Fevereiro ao abandono. São várias paletes cheias com estes produtos. Há ainda resíduos de laboração e desperdícios em embalagens entretanto utilizadas e que ali foram guardadas.

"Desde que a fábrica fechou que ninguém quer saber daquilo", conta Maria Luísa que vive nas imediações. A moradora adianta que "as crianças vão para lá brincar e o meu neto já chegou a casa com os pés todos sujos. Só ao fim de alguns dias e de muito esfregar se libertou daquela tinta". Outro problema é os ladrões que "deitam mão ao que podem levar. Vêm aí algumas pessoas levar o que podem porque a lixeira não está vedada".

As embalagens estão encava- litadas em paletes ou abando- nadas no meio do campo. Sem condições de armazenamento e expostas às elevadas temperaturas muitos dos tambores reben- taram e escorrem pelos campos em direcção a um pequeno regato.

O DN tentou, sem sucesso, ouvir o Serviço de Protecção da Natureza e o Ministério do Ambiente, que detêm a fiscalização nesta área.