Este blog destina-se a recolher e publicar notícias da nossa banca de jornais. O objectivo é divulgar os escândalos do nosso país e também do resto do mundo.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Vara mentiu várias vezes sobre negócio PT/TVI
O “Sol” publica hoje novos desenvolvimentos sobre o negócio PT/TVI. Segundo o semanário, Armando Vara mentiu várias vezes, inclusive na comissão parlamentar de inquérito, uma vez que sabia vários contornos do negócio à medida que este ia decorrendo.
O jornal, que se baseia em novas escutas, salienta que as respostas dadas por Vara à referida comissão, bem como as do primeiro-ministro José Sócrates, são colocadas em causa.
O jornal revela que Vara, ao contrário do que afirmou aos deputados, sabia dos contactos entre a PT e a Prisa (grupo que detém a TVI), estava a par e discutiu os pormenores das viagens a Madrid de Rui Pedro Soares e conhecia os detalhes das minutas dos contratos do negócio, que terão sido elaborados por José Maria Ricciardi, presidente do BES Investimento.
Armando Vara, à altura vice-presidente do BCP, chegou a dar instruções sobre a data em que José Eduardo Moniz e a mulher, Manuela Moura Guedes, deveriam ser afastados, e numa conversa afirmou que Sócrates estava a par dos contornos do plano “antes de fecharem o negócio”. Além disso, Vara expressou algum receio com as consequências que adviriam se o plano viesse a público. “Isto, nesta altura, se corre mal é uma chatice”, disse, a 21 de Junho do ano passado, em alusão às eleições legislativas de 27 de Setembro.
Além da compra da TVI, o “Sol” revela que em cima da mesa estava ainda a compra do “Correio da Manhã”, diário do grupo Cofina, que não poderia ser a PT a comprar mas cuja aquisição já estaria a ser tratada por Nuno Vasconcellos (líder da Ongoing, proprietária do Diário Económico).
Também o controlo do “Público” fazia parte dos planos. Vara terá dito que o jornal “vende pouco, mas faz as manchetes dos telejornais”. “Se se conseguir que deixe de fazer...”, terá sugerido. Três dias depois destas escutas, o procurador João Marques Vidal assinou o primeiro despacho em que mandou extrair certidões para a instauração de um inquérito autónomo, por crime de atentado contra o Estado de Direito.